quarta-feira, 8 de julho de 2015

Florianópolis recebe workshop de economia criativa com Lala Deheinzelin


Pioneira em Economia Criativa no Brasil, especialista apresenta novas maneiras de empreender






Lala Deheinzelin ministra workshop no Museu da Escola Catarinense a partir desta terça-feira.Foto:


Lala Deheinzelin é especialista mundial em Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável. Tem experiência no universo corporativo, terceiro setor, goveinistra o workshop Economia Criativa. O curso é voltado aos profissionais que querem inovar em seus modrnos locais, instituições de fomento e cooperação internacional. De terça até quinta-feira, em Florianópolis, ela melos de criação e negócios. Confira a entrevista com Lala.

Quais são as vantagens da economia criativa e colaborativa em relação à economia tradicional?

A gente está claramente vivendo uma fase de transição de modelo. O jeito antigo de fazer não está dando conta do recado porque a gente foca a economia em coisas materiais: carro, agronegócio, mercado imobiliário, mas tudo isso tem um limite de crescimento. Quando passamos a trabalhar com os "intangíveis", que são conhecimento, cultura, experiência, criatividade, a gente consegue gerar abundância, pois o que é gerado não se consome com o uso, mas se multiplica.


Esses modelos podem ser bem sucedidos em tempos de crise?

Sim, recentemente participei de um evento onde foi apresentada uma pesquisa que mostra que boa parte das novas empresas bilionárias, como o Airbnb (rede social em que pessoas alugam parte da própria casa para viajantes), foram criadas durante a crise, entre 2008 e 2010. A maioria delas está baseada no uso colaborativo. A crise é o momento de inventar as próximas empresas bilionárias.
Em Seul, na Coreia do Sul, a prefeitura incentiva o uso compartilhado e até criou uma incubadora para o surgimento de negócios desse tipo. Havia um problema sério de falta de estacionamento no centro cidade, mas ao invés de levar anos e gastar muito dinheiro para construir estacionamentos subterrâneos, a prefeitura de Seul criou um sistema de uso compartilhado de garagens. Quem mora no centro e sai para trabalhar em outra região aluga sua garagem. Assim a prefeitura resolveu o problema sem gastar para construir estacionamentos.

Temos exemplos disso no Brasil?

Temos a rede Fora do Eixo formada por 300 coletivos de arte. Eles produzem festivais, discos, seminários e outros eventos por meio de troca de serviços e equipamentos. Só 15 a 30% do valor total de uma produção envolve dinheiro. Agora imagina isso na gestão pública? Fazer com 15 uma coisa que custa 100! A cultura é sempre vanguarda. Ela começa a testar modelos que depois se espalham para o sistema empresarial e para a gestão pública.

A economia colaborativa não vai contra o sistema capitalista?

Na verdade ela é o novo capitalismo. A única questão que temos que enfrentar são os arcabouços jurídicos. Mais inteligente do que proibir o uso compartilhado é criar leis que permitam esse uso e pensar em outras formas de tributar. Leis do século 19, 20, não vão servir para o século 21.

Como Santa Catarina está dentro desse cenário?

Santa Catarina já tem uma veia forte para a economia criativa. Florianópolis foi uma das primeiras cidades a perceber que não adianta só construir parques tecnológicos, é preciso combinar turismo, urbanismo, gastronomia. Por ter uma boa estrutura em vários aspectos, penso que Santa Catarina representa um ambiente muito propício.


Muitos projetos culturais no Brasil dependem quase que totalmente de recursos públicos para serem viabilizados. O que você acha disso?

É preciso ter um viveiro de plantas para que as árvores existam. Então, no começo, algumas coisas precisam ser mantidas pelo Estado, pois ainda é difícil as pessoas perceberem seu valor, como a cultura tradicional de um lugar. Mas tem que haver um novo equilíbrio. Uma coisa é ser viveiro de planta, outra é cuidar da planta até que ela seja uma árvore grande.

Agende-se:

O quê: Workshop de Economia Criativa com Lala Deheinzelin
Quando: 7, 8 e 9 de julho
Horário: 19h15min às 22h
Onde: Museu da Escola Catarinense, Rua Saldanha Marinho, 196, Centro - Florianópolis, SC
Quanto: R$ 350
Inscrições: www.sympla.com.br
Informações: 48 9146-0509

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